Ex-presidente Collor é preso por corrupção e lavagem de dinheiro
Condenado a 8 anos e 10 meses de prisão, ele foi detido em Maceió por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF

O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió (AL), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão rejeitou os últimos recursos da defesa e determinou o cumprimento imediato da pena de 8 anos e 10 meses de prisão, imposta em 2023 pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Collor foi detido por volta das 4h no aeroporto da capital alagoana, quando se preparava para embarcar para Brasília. Segundo a Polícia Federal, ele está custodiado em uma sala especial na Superintendência da PF em Maceió, onde permanecerá até que o STF defina o local definitivo para o cumprimento da pena.
Com a prisão, Collor se torna o terceiro ex-presidente a ser preso desde a redemocratização, após Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.
A condenação é resultado de um desdobramento da Operação Lava Jato. De acordo com o STF, Collor recebeu R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 para favorecer contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. Além dele, também foram condenados os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos.
Na decisão, Moraes classificou os recursos apresentados pela defesa como "meramente protelatórios". Um plenário virtual do STF foi convocado pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, para esta sexta-feira, com o objetivo de analisar a ordem de prisão, que segue válida enquanto não houver nova deliberação.
Condenação e trajetória
Collor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em 2015 por cinco crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato e obstrução de Justiça. Ao longo do processo, o STF descartou duas acusações e considerou prescrita a de organização criminosa. Em 2023, veio a condenação pelos dois crimes restantes.
A trajetória de Collor inclui a vitória nas primeiras eleições diretas após o regime militar, em 1989, quando ficou conhecido como “caçador de marajás”. Seu governo, porém, ficou marcado pelo confisco da poupança e por denúncias de corrupção, que culminaram em um processo de impeachment. Ele renunciou ao cargo antes da votação final.
Após anos afastado da política, Collor voltou ao cenário nacional como senador por Alagoas, cargo que ocupou por dois mandatos consecutivos, entre 2007 e 2023.
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