Corrupção envolvendo Fernando Collor teve ramificações em Manaus, segundo STF
Contratos da BR Distribuidora na capital amazonense favoreceram empreiteira em esquema que rendeu R$ 20 milhões em propina ao ex-presidente

Manaus foi uma das cidades atingidas pela cadeia de corrupção que levou à condenação do ex-presidente Fernando Collor de Mello, de acordo com investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR). A capital amazonense apareceu como um dos locais onde contratos da BR Distribuidora — subsidiária da Petrobras — foram manipulados para beneficiar a UTC Engenharia, como parte de um esquema que envolvia propinas, influência política e fraudes em licitações.
Segundo a PGR, Collor recebeu R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014, em troca do favorecimento a empreiteiras em contratos públicos, inclusive em obras realizadas no Amazonas. O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o ex-presidente usou seu mandato como senador para indicar aliados políticos à diretoria da BR Distribuidora e, assim, manipular licitações e repassar informações privilegiadas às empresas envolvidas no esquema.
Além da pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Collor e outros réus foram condenados a pagar multa no valor do prejuízo causado, a título de reparação por danos morais coletivos.
A UTC Engenharia, empresa central no esquema, teve contratos direcionados em diversos estados. Em Manaus, esses contratos se concentraram em obras viabilizadas pela BR Distribuidora, como revelou o inquérito. Segundo a PGR, o controle político da estatal foi articulado ainda em 2009, durante o segundo governo Lula, em troca de apoio parlamentar.
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