Vereadores defendem Zona Franca de Manaus e alertam para riscos de projeto em Brasília

Rodrigo Sá cobra infraestrutura no Distrito Industrial e critica proposta que cria novo polo com incentivos fiscais fora da Amazônia

O vereador Rodrigo Sá (Progressistas) fez uma defesa contundente da Zona Franca de Manaus na tribuna da Câmara Municipal nesta terça-feira (29). Para ele, o modelo é o principal motor do desenvolvimento do Amazonas e precisa de mais atenção do poder público local.

Durante o discurso, o parlamentar alertou para os riscos do Projeto de Lei 4247/2019, em tramitação no Congresso, que propõe a criação de uma nova Zona Franca no Distrito Federal e em municípios do entorno. Segundo Rodrigo Sá, a proposta representa uma ameaça direta à sustentabilidade econômica da Zona Franca do Amazonas.

“Essa não é uma luta só do Congresso Nacional. É missão nossa também, como parlamento municipal. Precisamos garantir asfalto, drenagem e limpeza para a área que é o coração da economia da cidade”, afirmou o vereador, que preside a Comissão de Indústria e Comércio da CMM.

Além de defender a diversificação da economia, Rodrigo Sá lembrou que os incentivos da ZFM estão garantidos até 2073, mas que replicar o modelo em outras regiões poderia trazer sérios prejuízos para a arrecadação do estado e da prefeitura de Manaus.

Ele destacou que o Polo Industrial gerou R$ 204 bilhões em arrecadação no último ano, com cerca de 130 mil empregos diretos e mais de meio milhão de empregos diretos e indiretos.

A fala recebeu o apoio de outros parlamentares. Para Diego Afonso (União Brasil), é preciso reforçar a infraestrutura para fortalecer o modelo e proteger os empregos da Zona Franca.

Já o vereador José Ricardo (PT) lembrou que o modelo tem prerrogativas exclusivas, como a concessão de incentivos federais dentro de um perímetro específico, o que não se aplica a outros municípios fora da área da ZFM, como Iranduba, por exemplo.

Rodrigo Sá também resgatou a criação da Zona Franca, em 1967, como um modelo que não só impulsiona a economia, mas que tem papel estratégico na preservação da floresta e na integração nacional com países vizinhos.

“O Amazonas mantém mais de 80% da floresta em pé, o que tem um custo alto. A Zona Franca ajuda a equilibrar esse compromisso com desenvolvimento e sustentabilidade”, finalizou.

O apelo dos vereadores reforça a necessidade de uma atuação mais ativa da Câmara Municipal na defesa do modelo, considerado essencial para o futuro da região.