Jovem preso por estupro virtual utilizava fotos de personagens para atrair vítimas; especialistas alertam sobre riscos e prevenção
Eduardo Medino, de 18 anos, atraía vítimas em aplicativos como Tiktok e Discord. A distância entre o preso, detido no interior do Amazonas, e a vítima, que ...

Eduardo Medino, de 18 anos, atraía vítimas em aplicativos como Tiktok e Discord. A distância entre o preso, detido no interior do Amazonas, e a vítima, que mora em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, é de 3,4 mil km. Jovem de 18 anos é preso por estupro virtual de vítima menor de idade no RJ A prisão de um jovem de 18 anos por estupro virtual de uma menor de idade no Rio de Janeiro chamou a atenção para a prática do crime e suas consequências. A distância entre o preso, detido no interior do Amazonas, e a vítima, que mora em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, é de 3,4 mil km. Segundo a Polícia Civil, Eduardo Medino, de 18 anos, usava fotos de personagens de desenhos famosos para atrair potenciais vítimas em plataformas como TikTok e Discord. "Esses criminosos se valem desses aplicativos e jogos para conseguir contato com crianças, e acabam solicitando imagens, cometendo diversos crimes", disse o delegado Gabriel Poiava, responsável pela investigação. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Eduardo até a última atualização desta reportagem. Eduardo foi preso em Santo Antônio do Içá, a 880 km de Manaus, após uma investigação da 78ª Delegacia de Polícia, de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A prisão foi feita com apoio de policiais do Amazonas. O g1 conversou com especialistas em direito e psicologia para entender as consequências desse tipo de crime e como atuar juridicamente, além de buscar meios de evitar que crianças e adolescentes se tornem vítimas. Quando os pais devem ligar os sinais de alerta Erica Paes, especialista em segurança feminina e superintendente do programa Empoderadas, do Governo do RJ, afirma que mudanças bruscas de comportamento são sinais de que a criança pode estar sofrendo algum tipo de abuso: "Se essa criança fala muito, é mais agitada e, de repente, fica mais calma, calada, recolhida, esse pode ser um indício. Assim como o comportamento inverso". Erica enumera ações que podem ser tomadas pelos familiares de vítimas nesse tipo de crime. "Produzir provas, não se desesperar e dar acolhimento emocional à criança, porque as consequências emocionais desses crimes são muitas vezes irreversíveis", pontua. ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. Preso por estupro virtual utilizava imagens de personagens de animes para atrair vítimas, segundo a Polícia Civil Reprodução Pena pode chegar a 15 anos Segundo as investigações, Eduardo obrigava a vítima a mandar fotos e vídeos com conteúdo pornográfico. Posteriormente, por meio de manipulação psicológica, ele induziu a jovem a enviar vídeos e fotos se mutilando. A primeira prisão por estupro virtual no Brasil aconteceu em 2017, no Piauí. De acordo com o advogado criminalista Carlos Fernando Maggiolo, uma mudança no código penal possibilitou que o artigo 213 considere estupro não apenas a conjunção carnal, mas qualquer outro ato libidinoso. "Assim, a pessoa que for constrangida, seja através de violência ou grave ameaça, a praticar não apenas uma conjunção carnal, mas qualquer outro ato libidinoso [como produzir e compartilhar fotos e vídeos pornográficos], será vítima de estupro", explica o advogado. A pena para o crime crime de estupro virtual pode variar de 6 a 10 anos de prisão. No entanto, como a vítima tinha 13 anos, a punição pode ser mais dura. "Se o crime de estupro foi praticado contra uma pessoa vulnerável ou menor de 14 anos, o art. 217-A do Código Penal prevê uma pena de reclusão que varia de 8 a 15 anos", diz Maggiolo. Violência e abuso sexual infantil: veja os sinais e saiba como proteger as crianças