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Longas filas e calor: desabamento no aterro do Rio Curuçá deixa motoristas presos na BR-319

Aterro provisório sobre o Rio Curuçá desabou no fim de semana, interrompendo o tráfego na BR-319 entre Manaus e Careiro. Motoristas enfrentaram horas de esp...

Longas filas e calor: desabamento no aterro do Rio Curuçá deixa motoristas presos na BR-319
Longas filas e calor: desabamento no aterro do Rio Curuçá deixa motoristas presos na BR-319 (Foto: Reprodução)

Aterro provisório sobre o Rio Curuçá desabou no fim de semana, interrompendo o tráfego na BR-319 entre Manaus e Careiro. Motoristas enfrentaram horas de espera sob calor intenso, sem acesso a água ou comida. Aterro sobre Rio Curuçá desaba e trecho da BR-319 é interditado Carros, ônibus e caminhões formam longas filas na BR-319 nesta segunda-feira (2), após o desabamento do aterro provisório sobre o Rio Curuçá, no fim de semana. Com o tráfego entre Manaus e o município de Careiro interrompido, motoristas enfrentaram horas de espera sob calor intenso, sem acesso a água ou comida. O aterro fica no trecho onde uma das pontes da BR-319 desabou em 2022, na altura do quilômetro 23 da rodovia. A estrutura improvisada foi levada pela força da correnteza, intensificada pela cheia do rio. A rodovia é a única que liga os estados de Amazonas e Roraima ao restante do Brasil. ​​📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp A interdição, que já dura quase 72 horas, afeta diretamente a mobilidade entre os municípios de Careiro e Manaus, e não há previsão oficial para a normalização total do tráfego, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não há cidades ou comunidades isoladas. A única alternativa para os motoristas que trafegam pela rodovia chegarem a Manaus é retornar até o quilômetro 68 da rodovia, acessar o ramal São José até o município de Iranduba e seguir para a capital amazonense pela rodovia AM-352. O trajeto dura, em média, 2h a mais que o feito pelo acesso interditado. Durante o bloqueio, muitas pessoas passaram a noite na estrada — ou pelo menos tentaram. Entre elas, Luana Santos, dona de casa, que voltava de um retiro religioso com a família. "Foi ruim porque a minha filha é pequenininha, ela passou a noite toda chorando no calor", contou Luana, visivelmente cansada. Dentro de um ônibus parado sob o sol, ela e os filhos esperavam para conseguir seguir viagem de volta para casa. O empresário Juciney Oliveira enfrentou o mesmo transtorno. Ele viajava com a família no carro, mas diante das condições precárias, decidiu mandar a esposa, a filha, a enteada e a sogra de volta para Manaus por outro caminho. "Estão cobrando R$ 5 pra atravessar as pessoas, R$ 10 até o Careiro, e ainda tem que pagar a lancha. No meu ponto de vista, como esse problema não foi causado por nós, esse custo deveria ser do Dnit ou da empresa que presta o serviço", desabafou. Com o calor forte e pouca estrutura, muitos passageiros improvisaram à beira da estrada, enfrentando poeira e incerteza. Quem depende de transporte público estava atravessando o rio com ajuda de embarcações improvisadas — um verdadeiro desafio, especialmente para quem viaja com crianças ou tem alguma condição de saúde. "Tá precário demais pra ir. Todo tempo é assim, difícil demais", resumiu Ed Carlos Silva, operador de motosserra, que estava com a esposa e a filha, um bebê de colo. A situação também atrapalhou a rotina de Dona Maria, que depende de hemodiálise e só conseguiu atravessar na segunda-feira (2). "Faço três vezes na semana. Não fiz sábado e tenho que fazer amanhã de qualquer jeito", relatou. O trecho interditado chegou a ser liberado para a circulação de veículos de pequeno e médio porte na noite de segunda-feira (2), mas no início da tarde desta terça, parte do aterro voltou a ceder e o local foi interditado novamente. Conforme apurado pela Rede Amazônica com equipes do Dnit presentes no local, o nível do rio aumentou e parte do aterro foi destruída novamente pela força da correnteza. Equipes do órgão continuam na região e não há previsão de conclusão nos reparos emergenciais. Caminhões e carros em longa fila formada na BR-319 após desabamento de aterro interditar trecho da rodovia. William Duarte/Rede Amazônica Desabamentos A queda da ponte sobre o Rio Curaçá aconteceu no dia 28 de setembro de 2022 e resultou na morte de cinco pessoa, além de deixar mais de 10 feridos. Carros foram arremessados sobre o rio e uma ponte provisória foi montada no local para não interromper o fluxo da rodovia. Dez dias depois, outra ponte caiu no km 25 da mesma rodovia. Em maio deste ano, o Dnit informou que a nova ponte sobre o Rio Curuçá deve ser entregue até setembro. A estrutura foi ampliada em relação à anterior, com 150 metros de extensão e 13 metros de largura. O superintendente regional do DNIT, Orlando Fanaia, destacou os desafios enfrentados para manter a rodovia em funcionamento. "É um desafio manter a rodovia trafegável. São 400 km de rodovia não pavimentada, em uma região com dificuldade de insumos, sem material de base, a pedra vem de longe. Esses desafios estão sendo enfrentados com muitas ações em andamento", afirmou. As obras da nova ponte sobre o Rio Curuçá foram retomadas em dezembro do ano passado. Além dela, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim também está em reconstrução, com entrega prevista para novembro deste ano. Os investimentos nas duas estruturas somam R$ 50 milhões e um terceiro trecho, sobre o rio Igapó-Açu, está atualmente em fase de licitação. Balsa usada para travessia em novembro de 2022 William Duarte/Rede Amazônica Aterro sobre Rio Curuçá desaba e BR-319 segue interditada há mais de 40 horas