Médico cirurgião aposta no agro e planta mais de 10 hectares de caju em Bonfim, Norte de Roraima
Alta produtividade dos frutos fez a Fazenda Desiderata se destacar como uma das pioneiras na produção comercial de caju no estado. Assunto foi destaque no Ama...

Alta produtividade dos frutos fez a Fazenda Desiderata se destacar como uma das pioneiras na produção comercial de caju no estado. Assunto foi destaque no Amazônia Agro deste domingo (29). Mudas de caju utilizadas no projeto foram trazidas do Nordeste Raquel Maia/Rede Amazônica No lavrado do município de Bonfim, no Norte de Roraima, um projeto agrícola vem chamando a atenção pela inovação. É o cultivo de cajueiros em escala comercial feita pelo médico cirurgião Ruben Dario Zambrano. O assunto foi destaque no Amazônia Agro deste domingo (19), programa exibido na Rede Amazônica. ✅ Receba as notícias do g1 Roraima no WhatsApp A ideia surgiu em 2021 após o médico comprar uma fazenda no município e descobrir que a região era propícia para esse tipo de cultivo. A área de plantio, com mais de 10 hectares, foi implantada sob orientação do agrônomo Elton Dias e também conta com a parceria da Embrapa Roraima. Conforme o agrônomo, as mudas de caju utilizadas no projeto foram trazidas do Nordeste, região referência nesse tipo de cultivo. As variedades apresentaram boa adaptação ao clima e às características do solo roraimense. "Considerando a última safra, temos estimativas de 15 toneladas de pedúnculo (parte da polpa) e cerca de 2 mil quilos de castanhas por hectare. Então é um resultado muito positivo", disse Elton Dias. Caju é produzido em propriedade no Bonfim Raquel Maia/Rede Amazônica A alta produtividade dos frutos fez a Fazenda Desiderata se destacar como uma das pioneiras na produção comercial de caju no estado. Mas ela tem ainda um outro diferencial com a produção em sistema de cultivo integrado. Isso significa que entrelinhas dos cajueiros, outros tipos de plantas são cultivadas. "O caju é o nosso carro-chefe, mas na mesma área plantamos também batata doce, milho, manga, abacate e feijão. Isso é uma forma da gente aproveitar melhor a área com sustentabilidade e ter colheitas diferentes durante o ano", afirmou o proprietário, Ruben Dario Zambrano. LEIA TAMBÉM: Agronegócio, produção rural: tudo sobre o Amazônia Agro Veja todas as reportagens sobre Roraima Apesar dos bons resultados no campo, os produtores ainda enfrentam desafios. A principal dificuldade está na falta de estrutura para o escoamento da produção e para o beneficiamento do caju. A ausência de indústrias locais limita a comercialização dos frutos. "Nós ainda precisamos de incentivos dos governos. Há uma fábrica de polpas em Bonfim, mas ela não começou a funcionar! Isso seria de grande ajuda para os produtores", pontuou o produtor. De acordo com ele, outra iniciativa para fortalecer a cadeia produtiva do seria a inclusão do caju e da castanha na merenda escolar, aproveitando o alto valor nutritivo da fruta. Isso seria uma forma de estimular o consumo local e garantir mais uma via de escoamento para os pequenos produtores. A Rede Amazônica procurou o governo de Roraima sobre o assunto, mas não obteve retorno. Apesar dos desafios, a produção deve crescer nos próximos anos. Na área da fazenda novos testes estão sendo realizados em parceria com a Embrapa Roraima para melhorar ainda mais a produção dos cajueiros nas áreas de lavrado. São pesquisas que buscam identificar quais as melhores variedades de plantas para o estado. Para Elton Dias, agrônomo responsável pelo projeto, as pesquisas e os incentivos no setor podem fazer do caju uma grande fonte de renda para pequenos agricultores de Bonfim e municípios vizinhos como Normandia. “O cultivo tem grande potencial, pode gerar emprego, movimentar a economia e fortalecer o campo com práticas sustentáveis", afirmou. Projeto com cajueiros iniciou em 2021 Arquivo pessoal Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.